quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Crônicas Acervo 004

Spínola


Olá Mundo!
Olá amigo visitante!

Você pode visitar as páginas deste blog a seu modo, mas se quiser a cronologia das crônicas postadas terá de ir primeiramente ao elenco '2009' do Arquivo do Blog que correspondem ao Acervo 001.

A seguir prima os acervos 002 / 003 / e por fim 004
que é o mais novo.
Boa leitura...
E comentários esperados por mim.
Até breve!


Crônica 044
Memórias Incontáveis de Incontáveis Memórias



Tenho, e certamente você também tem sempre escolhas a fazer. Às vezes queremos dizer não a algo que outra pessoa considera um presente para nós e, outras vezes, pessoas nos dão presentes como forma de nos manipular ou pelo senso do dever. Ser honesto e franco a cada momento implica ser profundamente vulnerável. Evidentemente que todos nós recebemos lições de bom comportamento ou da manipulação a fim de poder controlar situações. Ser honesto não permite a manipulação.


O que sou eu? E você, atento leitor, o que é? Um homem caçador? Tudo bem... Os caçadores também são presas. Eu já fui presa. Eu sei distinguir entre fato e ficção? A distinção reside em obedecer às leis demonstráveis quanto à causalidade e a gravidade. E além das leis de causa e efeito, tudo, tudo mesmo que porventura desejo escolher já existe no universo, alguns citados aqui como a dor, aflição, alegria, solidão, bem-estar, afeição, amizade, carinho, simpatia.

  • NEXO CAUSAL
O QUE É SUCESSO? • É aquilo que sucede; acontecimento, sucedimento.
• Sucesso é resultado, conclusão.
• Quando o resultado é feliz, há bom êxito.

• Sucesso é o efeito.

• Sucesso é ocorrência, é causa.

• A relação existente entre causa e efeito é compreendida pela correspondente entre a ocorrência e a causa; assim, é o que se denomina de nexo causal.

• Tem-se, então, nexo como ligação, vínculo, união.
• É causal porque exprime causa, é causativo; motivo, origem, causa.

• Nexo causal é a relação entre a ocorrência e a causa.

• Ocorrência é acontecimento, é sucesso, acaso; circunstância, encontro, ocasião.
• Risco é o resultado entre a freqüência e conseqüência, assim:
• R = F x C
Significa que o risco é tão maior quanto maior for a freqüência. Risco é também a relação entre perigo e salvaguarda: R = P / S
• Risco – permite mostrar os meandros na relação entre o perigo e salvaguarda.

• Na acepção de sucesso, é o efeito.




Crônica 045
Memórias Incontáveis de Incontáveis Memórias




Sou atraído pela vida elevada. Existem muito mais coisas à minha disposição neste momento do que a maioria jamais terá a oportunidade de usufruir plenamente. Mais do que o suficiente, e, acredite estimado leitor, que quanto mais pessoas se tornem livres para ser mais criativas, mais, e mais que demais haverá à minha disposição. E à sua também.


Há muitos bens que não são escassos, ou seja, eu posso, e você igualmente pode enumerar o dinheiro, a riqueza e o tempo, a afeição e a ternura. Eu agindo assim em ser meu próprio mago, posso não fazer a revolução, porém posso ser a própria revolução porque meu mundo que me circunda muda como por um passe de mágica.



Certamente em tempos de rápida transformação social, maciça, como esses hodiernamente vivenciados, as coisas melhoram e pioram simultaneamente. Num momento estou ‘melhorzinho’ e num outro ‘piorzinho’.



Lendo jornais, vendo notícias televisivas pode me parecer que pouca coisa está mudando ou que as coisas estão piorando. Estou vivendo numa época altamente experimental até que seja formado um novo consenso. E as mudanças, inexoravelmente, estão aí substituindo os velhos modelos como os locais de trabalho, as vizinhanças, associações, novas crenças, novos conceitos, novas formas de comunicação, novos relacionamentos.



Estou formando minirredes, comunidades de pessoas que mais ou menos pensam como eu penso e assim vou experimentando novas formas de ser e de crescer no mundo.
Quanto mais tenho a coragem de ser eu mesmo, maior é a chance de viver em comunidade que combine comigo.


A recompensa é a comunhão com outras pessoas muito interessantes. Isso não significa o fim de meus problemas. Nada me exime da vida. Num momento pode ser enfermidade existencial, mortalidade, desilusão, traição, incompreensão e fracassos que fazem parte da condição humana. Que fazer? Agir sem a preocupação recorrente, se está agindo corretamente, se outra pessoa nos desaprovará ou se alguém vai nos surpreender em falta.




Crônica 046
Memórias Incontáveis de Incontáveis Memórias




Imagine lúcido leitor, uma espiral. Visualize-a. O meu caminho tem forma espiralada. Não é linear. Você está entendendo? Circulo, e a vida se manifesta em diferentes níveis de profundidade, de amplitude e altura. A questão é expandir. É assim.

Eu sei que na vida certas pessoas nos parecem superficiais, como se não tivessem muito conteúdo e que são fracas por falta de alguma nutrição, mas a caminhada dessas pessoas as preenche e lhes confere substância e elas empreendem seus pleitos e se sentem maiores.


As primeiras voltas na espiral exigem tempo, energia, um pouco de destreza e é como iniciar o andar de bicicleta, cai e levanta, depois se pega o jeito e naturalmente a coisa acontece.

Como não existe o mapa da mina devo confiar no processo da jornada pessoal. Seja qual for o caminho escolhido encontrarei a chave da arca do tesouro.



Há uma lenda que diz o seguinte: cada um de nós tem dentro de si duas deusas. Uma delas é a deusa da riqueza e a outra é a deusa da sabedoria. Se você inicialmente se dirige à deusa da riqueza, ela lhe trata com descaso, desdenhosamente, e você fica perplexo pela desatenção,

A deusa da fortuna

mas, se de outro modo, você se dirige primeiramente à deusa da sabedoria e com ela trava boas relações, enriquece-se de informações, enche-se de bons conhecimentos, ocorre que a deusa da riqueza percebe que você é uma pessoa rica em conhecimento, então ela se volta para você, lhe encoraja e entrega a chave do cofre de tesouros.


Nesse momento você pode declamar suavemente o poema:


‘Por onde eu ando
abre-se o caminho

Por aonde eu vou caem
chuvas de pétalas



Por aonde eu vou
resplandece o brilho do sol

Por aonde eu vou infalivelmente

Abrem-se as portas
do caminho de tesouros

Porque eu sou o caminho

Sou o astro-rei’.





Crônica 047
Memórias Incontáveis de Incontáveis Memórias





Já li a Bíblia. Houve um tempo em que eu lia a Bíblia diariamente em busca de reflexão. Lia-a regularmente os do Novo Testamento e do Antigo Testamento os escolhidos eram os livros Salmos, Provérbios além do Pentateuco Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.


Do Novo testamento excetuava-se o Apocalipse pela exacerbada incompreensão do texto, com figuras mitológicas, embora assinalado como o da revelação do filho de Deus para mostrar a seus seguidores as coisas que ‘brevemente’ aconteceriam.

Hoje tenho duas versões sendo uma dos monges de Madresous pelo Centro Bíblico Católico e outra edição contemporânea de Almeida. Tive outra edição antiga Almeida, e como estava riscada e repleta de anotações, páginas desprendidas, descartei-me dela.

Menciono a você, ponderado leitor, que minhas postagens neste blog têm sido na forma de Crônicas, e para facilitar seu acompanhamento a esta leitura de agora, inscreverei ao final de cada página a menção dos versículos bíblicos respeitantes ao número sobrescrito ao lado da palavra que mereça destaque e investigação maior.


Incoerências - No Evangelho defende-se a pena de morte¹ e considera o retardamento mental como um dos males que contamina o homem. Desestimula a higiene das mãos por se tratar de hábito fariseu e para curar um cego estranhamente cuspira nos olhos de um aldeão. Ao incrédulo se deve colocar uma pedra de moinho no pescoço e lançar ao mar para a morte de afogamento. A pena de morte é totalmente exaltada e defendida. Àqueles que rejeitassem receber os discípulos deveria receber o desprezo e a eles ‘sacudir o pó dos vossos pés’ aludindo punição mais severa do que às reservadas e sofridas por Gomorra e Sodoma.

“Não pergunteis o que haveis de comer, ou que haveis de beber, e não andeis inquietos” é uma assertiva incongruente concernente ao trabalho e ao pouco esforço servindo de ilustração que ‘os corvos vivem sem trabalhar’ e a mendigar como antes faziam os monges budistas.

Estimula renunciar família e à própria vida para ser discípulo digno de salvação e lança os homens uns contra os outros porque veio trazer ‘a espada’ e quem não a tiver deve vender o vestido e comprá-la como fizeram os seguidores cruzados, franciscanos, jesuítas e dominicanos em suas guerras e na Inquisição.

“E mais ainda, ‘quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse...” ’Matai-os diante de mim’. Estão aqui assinaladas as justificativas de tantas guerras havidas e as que estão por vir em nome dessa causa.

Bordoada naquele que estava sujeito a um senhor, como propriedade dele, e desse modo era consentida a escravatura.


Não se podia ter opinião diferente, delineando uma posição conflitante com os princípios democráticos. Os inimigos eram ‘raça de víboras’ a exemplo dos seguidores bem conhecidos de nós que tanto estimularam esse posicionamento, Mussolini, Mao, Stalin e outros que por aí pululam.



As chaves do céu foram entregues a Pedro. Logo a seguir, esse mesmo Pedro é chamado de ‘Satanás’ por não ter entendido as palavras do interlocutor. Há outras incoerências, mas ficam por aí por conta de investigadores mais curiosos.



¹ Vide Marcos cap.7, v.10 e 22; v.2 e 15; 9, v.42; 6,v.11 e Lucas cap.12,v.24 a 27; l1,v.26; 22,v.36; cap.19,v.27, v.47; João cap. 6,v.27; Mateus cap.18,v.15; 12,v.34; 23,v.14 e 17; cap.16,v.18 e 23.




Crônica 048
Memórias Incontáveis de Incontáveis Memórias



A tempestade durara vários dias, com o vento forte e prolongado e chuvas torrenciais. A terra sorvia a água, e o pó de muitos verões estava sendo lavado do tronco das árvores e das folhagens mais espessas. A Fazenda Outeiro, agora dividida e vivenciando, em nome do progresso, novos dias com a devastação da mata atlântica e o plantio de pastos para o gado bovino.


Na hora em que eu fui para a cama chovia ainda e se ouvia muito forte o tocar cadenciado dos pingos da chuva no telhado. Dormi pensando no dia seguinte que eu desejava fosse ensolarado.



Sim... O brilho do sol enxugava toda relva e o verde de arbustos e árvores eram resplandescentes. Era um retorno de depois da tempestade vem a 'bonança'...



No alto da colina já não se encontravam árvores frondosas, mas tão-somente aquelas mutiladas pelo homem. Elas cresciam livremente até alcançarem sua grandeza completa, e tinham galhos e folhagem normal, mas a ignorância e o instinto predatório do bicho homem afetava a paisagem.




Na região denominada baixão o mato já era falto, muito deficiente e débil nas partes mais baixas, de modo que a devastação ia avançando cada vez mais para o alto. As chuvas já não eram tão abundantes como outrora. Não se viam nas cercanias animais selvagens. Havia algumas aves a procurar alimentos esgaravatando a terra entre as moitas.



Crônica 049
Memórias Incontáveis de Incontáveis Memórias




Quase todas as religiões esposam idéias expansionistas e cada uma delas são detentoras da verdade. Habitualmente o sacerdote, reverendo, bispo, guru, pastor, chefe espiritual tem alguma experiência e repete frases que seus discípulos e seguidores entendem, uns falam frases em sânscrito, outros em grego ou em latim com o fito de passar credibilidade aos ouvintes simpatizantes, ora sugerindo a fala de línguas por ordem do espírito santo ou congênere, mas ficam horrorizados quando algum membro resolve deixar a comunidade, achando impossível que alguém pensasse deixar um guia espiritual tão sábio.


Há lugares cativantes pela paisagem, grutas, pequenas cachoeiras, baixadas entre montanhas, vegetação exuberante, a beleza do lugar prende os simpatizantes mesmo com a rígida disciplina imposta pelos dirigentes da seita que veneram uma sabedoria morta, uma tradição igualmente morta e instrutor morto. E todos ficam chocados com o afastamento do provável membro, este ameaçado de treva espiritual. Um eliminado.


Ainda outras incentivam o retiro espiritual com meditações prescritas que levam o visitante a armadilhas como a de prender os discípulos a seus gurus e a multiplicar-se rapidamente a crença, seita, religião com ligeiras variações entre elas num sincretismo bastante acerbo. Todas elas querem prender e forçar a ajustar-nos a moldes preestabelecidos ao modo de vida instituído pelo instrutor, tá ligado? Nunca se dá liberdade, apenas prometem-na.



E a submissão dá satisfação, garante ao discípulo e confere poder também ao instrutor. Fortalece-se a autoridade e leva todos a um estado de falta de energia e enfraquecimento e a isso se chama de paz e a conseqüente anestesia da mente. Fui recentemente a uns cultos da Igreja Universal e a outras congêneres e brevemente retornarei ao tema, certo?



Crônica 050
Memórias Incontáveis de Incontáveis Memórias



Tenho, e certamente você também tem sempre escolhas a fazer. Às vezes queremos dizer não a algo que outra pessoa considera um presente para nós e, outras vezes, pessoas nos dão presentes como forma de nos manipular ou pelo senso do dever. Ser honesto e franco a cada momento implica ser profundamente vulnerável.


Evidentemente que todos nós recebemos lições de bom comportamento ou da manipulação a fim de poder controlar situações. Ser honesto não permite a manipulação.
O que sou eu? E você, atento leitor, o que é? Um homem caçador? Tudo bem... Os caçadores também são presas. Eu já fui presa.




Eu sei distinguir entre fato e ficção? A distinção reside em obedecer às leis demonstráveis quanto à causalidade e a gravidade. E além das leis de causa e efeito, tudo, tudo mesmo que porventura desejo escolher já existe no universo, alguns citados aqui como a dor, aflição, alegria, solidão, bem-estar, afeição, amizade, carinho, simpatia.
Sou atraído pela vida elevada.



Existem muito mais coisas à minha disposição neste momento do que a maioria jamais terá a oportunidade de usufruir plenamente. Mais do que o suficiente, e, acredite estimado leitor, que quanto mais pessoas se tornem livres para ser mais criativas, mais e mais que demais haverá à minha disposição. E à sua também.




Crônica 051
Memórias Incontáveis de Incontáveis Memórias


A tempestade durara vários dias com o vento forte e prolongado e chuvas torrenciais. A terra sorvia a água, e o pó de muitos verões estava sendo lavado do tronco das árvores e das folhagens mais espessas.

Na região denominada baixão o mato era falto, muito deficiente e débil nas partes mais baixas, de modo que a devastação ia avançando cada vez mais para o alto. As chuvas já não eram tão abundantes como outrora. Não se viam nas cercanias animais selvagens. Adeus suçuarana, adeus gato-do-mato. Havia algumas aves a procurar alimentos esgaravatando a terra entre as moitas.


No alto da colina já não se encontravam árvores frondosas, mas tão-somente mutiladas pelo homem. Elas cresciam livremente até alcançarem sua grandeza completa, e tinham galhos e folhagem normal, mas a ignorância associada ao instinto predatório do bicho homem afetava a paisagem.

A Fazenda Outeiro, agora dividida em cinco partes vivencia, em nome do progresso, novos dias com a devastação da reserva da mata atlântica e com o plantio de pastos para o gado bovino. Tudo em nome do progresso.

suçuaranas

Na hora em que fui para a cama chovia ainda e se ouvia muito forte o tocar cadenciado dos pingos da chuva no telhado. Dormi pensando no dia seguinte que eu desejava fosse ensolarado.
Sim... O brilho do sol enxugava toda relva e o verde de arbustos e árvores eram resplandecentes. Era um retorno de ‘depois da tempestade vem a bonança... ’




Crônica 052
Memórias Incontáveis de Incontáveis Memórias


Aos novos donos da terra... Cabe a eles reconhecer e valorizar a riqueza da mata atlântica que foi devastada em quase toda a totalidade naqueles páramos.

Rio abaixo, rio afora, rio adentro eu identificava o desprezo pela reserva do biociclo, este bem diversificado. A mata de galeria, que era abundante, servia para dar sustentação à fertilidade da terra, chuvas regulares e lavoura farta.


Nos córregos, taboas. Uma planta aquática sempre presente em águas paradas e rasas pontificava sua presença nos charcos que margeavam baixadas verdejantes. Quando secas serviam para enchimento de travesseiros de dormir extremamente macios.


O que vi agora é terra seca, sem viço, maltratada pela destruição e a conseqüente expansão de pastagens cercadas onde se guarda o gado como também o plantio de capinzais para o gado solto a pisotear a extensão de terras antes recobertas com

Favas

árvores centenárias, e, nas proximidades, com o cultivo de abóbora, melancia, andu, fava, mangalô, feijão, café, banana, mandioca, aipim dentre outros.


Mangalô





Crônica 053
Memórias Incontáveis de Incontáveis Memórias

No outono grandes árvores ficavam floridas e era comum nas cores amarelas, lilases e brancas.




Dentre os arbustos a floração de manacás, girassóis, mamonas, cajueiros, jasmins emitindo forte perfume, fedegosos, e dentre as tenras, grandes extensões de vassouras polinizadas por abelhas uruçus, margarida, boa-noite, amor-perfeito, repleção de bem-me-queres de um forte amarelo-bandeira, e bromélias de folhas rígidas, tanto no chão ou parasitando árvores abundantes em ramos.


Estou vivendo na saudade. E no muro das lamentações. Vejo crianças brincando com pequenas pipas em forma de bandeira brasileira, sustentadas por chassi de taboa seca retirada nos brejos, presas a papel com cola de tapioca que é uma mistura desta com água levada ao fogo baixo até chegar a uma forma pastosa de colagem. Primavera e verão eram as estações convidativas ao exercício de se empinar papagaios. Horas de lazer. Além de mim, outras crianças brincavam e iluminavam o dia com o brilho da infância inocente e alegre.




Crônica 054
Memórias Incontáveis de Incontáveis Memórias

Segui a mesma direção do percurso do riacho e avistei muitas aves que enriqueciam o cenário como, nunca visto antes, o jaburu que dá pequenos vôos na intenção do mergulho, as jaçanãs em abrigo seguro, jandaias-estrelas e verdíssimos papagaios que cortavam o céu num alvoroço de chamar a atenção a todos os que ali passavam.


Copiosas aves gorjeavam por toda essa extensão da Fazenda Outeiro, umas conhecidas, como o quero-quero, outras não.
O quero-quero é uma ave do tamanho de uma perdiz e caracteriza-se pelo colorido geral cinza-claro, com ornatos pretos na cabeça, peito e cauda. A barriga é branca e a asa tem penas verde-metálicas. Apresenta um penacho na região posterior da cabeça, o bico, os olhos e as pernas são avermelhados. É sempre o primeiro a dar o alarma quando algum intruso invade seus domínios.


É uma ave briguenta que provoca rixa com qualquer outra espécie habitante da mesma campina. Habita grandes campinas úmidas e os espraiados dos rios e lagoas. É freqüente alimentar-se de invertebrados aquáticos e peixinhos que encontra na lama. Os ovos são postos durante a primavera em um ninho feito no solo. Para não rolarem, os ovos têm um formato semelhante a um pião. O macho é agressivo e ataca qualquer criatura que ofereça perigo, incluindo seres humanos.






Crônica 055
Memórias Incontáveis de Incontáveis Memórias

Até os dias de hoje gosto de ir a circos. Conduzi meus dois filhos regularmente a divertimentos propiciados pelos circos. Sempre que aparecia um na cidade de Salvador, ia levá-los, Genésio e Leonardo, e apreciavam a recreação do dia. Meu neto Fabinho igualmente se divertiu em minha companhia indo a circos. Íamos para rir, aplaudir e praticar a descontração. Acrescentem-se ainda os bons momentos dos intervalos com pipocas, algodão-doce, maçãs recobertas com caramelos, pirulitos, refrigerantes, bolas multicoloridas amarradas em cordões de sustentação, brinquedos de sopro, bonés, viseiras, sobretudo conversas alegres e amenidades próprias ao dia de risos largos.


Éramos tomados pelo envolvimento da magia de Houdini, da música, da presença de palhaços das cenas hilariantes a todas as idades, o desfile de animais exóticos, as bailarinas, o suspense com as acrobacias dos artistas, as emoções de o globo da morte, animais felinos, os divertimentos com macacos e cães adestrados, as redes de proteção para os artistas que se arriscavam em trapézios, tudo isso num ritmo ininterrupto de que “a alegria do palhaço é ver o circo pegar fogo”.


Ainda adolescente, em Santo Antônio de Jesus fui a convite do senhor Adonias, pela primeira vez a um circo. O circo Nerino não tinha trapézio. A primeira parte do espetáculo compreendia a exibição de palhaços e de acrobatas. Uma imagem que ficou em indesbotável memória foi a da mulher cobra, toda ela recoberta com uma linda e reluzente roupa verde colada ao corpo, se contorcia com uma flexibilidade comovente de tal modo que me parecia não haver nela nenhuma articulação, pois tudo se movia e se entrelaçavam braços, pernas, corpo inteiro, cabeça tronco e membros numa movimentação suave de chamar a atenção de espantosa beleza.

A segunda parte era a de uma apresentação teatral de grande efeito plástico, de efeitos pictóricos em painéis mutantes cuja textura ressaltava a iluminação, esta por mim nunca vista anteriormente, ora em tom azul, noutros momentos na cor verde, lilás, vermelha, laranja, lusco-fusco, e a música dando o tom das cenas do drama de “A Pecadora” na voz de Agustín Lara com o bolero ‘Maria Bonita’ a pontificar a trilha sonora que vinha, ia e retornava a depender da cena de maior ou de menor dramaticidade Acredito que conseguia arrancar lágrimas dos espectadores circenses. Pelo menos era o que se comentava.



Quanto a mim, o encantamento era por tudo aquilo que era produzido, a feérica iluminação, a música, os jeitos e trejeitos dos astros da peça. Foi uma inesquecível noite. Ali, naquele dia, se deu a minha conversão aos espetáculos do circo como um fiel espectador. Se você for curioso e quiser ouvir a música daquele drama, prima aqui o hyperlink do bolero: Maria Bonita 01- Agustin Lara


O que faz que ao premir o hyperlink, cuja postagem aqui está feita para seu deleite? É a maravilhosa nanotecnologia valorizando o compartilhamento de informações em rede e de forma gratuita. Se você, leitor extraordinariamente feliz, quiser pode ouvir, e ainda mais, pode ‘adicionar a favoritos’ e, desse modo, constar de seus arquivos de canções. Não é um fenômeno surpreendente e de causar encantamento a todos nós? Prima aqui: Maria Bonita 01- Agustin Lara

Maria Bonita
Agustín Lara

Recorda-te de Acapulco, daquelas noites / Maria Bonita, Maria querida!
Na praia deserta e escura, tua brancura / Era uma estrela do céu caída
Teu corpo que o mar beijava, lançando as ondas / Para alcançá-lo, não alcançava!
Confesso que ao contemplá-lo, / Confesso com sentimento, meu pensamento, ai, me atraiçoava! / Eu disse muitas palavras dessas que a gente / Diz docemente em seus anseios / Pedindo que me atendesses, que convertesses / Em realidade, meus devaneios!
A lua que nos olhava foi-se escondendo discretamente na noite calma.
Eu, reconhecidamente, cheguei-me para beijar-te e, / E em beijos, dar-te, ai, toda minha’alma! / Amores sei que tivestes muitos amores, Maria Bonita, Maria querida!
Porém, nenhum tão honrado, tão branco e puro / Como o que eu juro por minha vida
Que trago cheio de flores para ofertar-te, / Para adorar-te de alma ajoelhada! Recebe-o emocionada / E jura que não mentes porque te sentes, ai, idolatrada!
*
Acuerdate de Acapulco / de aquella noche / Maria Bonita, María del alma;
acuerdate que en la playa, / con tus manitas las estrellitas / las enjuagabas.
Tu cuerpo, del mar juguete nave al garete / venían las olas lo columpiaban
y mientras yo te miraba / lo digo con sentimiento / mi pensamiento me traicionaba.
Te dije muchas palabras de esas bonitas / con que se arrullan los corazones
pidiendo que me quisieras / que convirtieras en realidades / mis ilusiones.
La luna que nos miraba / ya hacía ratito / se hizo un poquito desentendida
y cuando lavi escondida / me arrodille para besarte / y así entregarte toda mi vida.
Amores habras tenido muchos amores / Maria Bonita, María del alma;
pero ninguno tan bueno ni tan honrado / como el que hiciste que en mi brotara
Lo traigo lleno de flores / como una ofrenda / para deajarla bajo tus plantas,
recibelo emocionada / y jurame que no mientes / porque te sientes idolatrada.





7 comentários:

  1. From
    Lúcia Padilla Gatto
    commented on your link:

    "Olá Iraci. Gostei do blog e já sou seguidora. Parabéns! Abraço Forte e Fraterno!"

    16:12 29/01/2010

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  2. Oi Lúcia Padilha!
    Plenamente Agradecido por seu comparecimento e compromisso de acompanhamento.
    Pode comentar e sugerir...

    Abs / spínola

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  3. From
    Monica Linhares
    Monica Linhares Lima commented on your link:

    "Vou visitar o blog."
    16:12 29/01/2010

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  4. From
    Fabiana Miranda commented on your link:

    "OK VOU LA VISITAR !!GRANDE BEIJO!!"
    09:55 01/02/2010

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  5. Olá Fabiana Miranda!
    Ok, acaso vc goste dos textos sugiro que se inscreva como seguidora... Certo?
    Bjs/ spínola

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  6. Passei Por Aqui Muito Li,
    Bastante Aplaudi,
    Peguei Uma Imagem
    E Meu Rumo Segui,
    Em Meu Blog Vou Postar
    Um Poema Com Uma Imagem,
    Se É Sua Não Sei, Mas
    Avisei!!! Risssss

    Lindo Dia!!!

    Bjão No♥

    Pequena Poetisa-Vana Fraga

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  7. Olá Vana Fraga!
    Bem-vinda ó pequena poetisa! Abraço baiano de quebrar costelas!
    Brevemente darei continuidade às postagens nesse blog.

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